Médium João de Deus é denunciado por crimes sexuais contra novas 8 vítimas

O médium João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, foi denunciado hoje pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) pela 15ª vez por crimes sexuais. A denúncia é por estupro de vulnerável contra oito mulheres

UOL

Segundo o MPGO, o estupro de vulnerável se dá pelo fato da fragilidade emocional das vítimas no momento dos abusos, já que elas procuravam o médium para atendimentos espirituais na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia (GO), quando passavam por alguma dificuldade na família, como, por exemplo, problema grave de saúde.

Os crimes ocorreram entre 1986 e 2017. A denúncia, assinada pelo promotor de Justiça Luciano Miranda Meireles, que coordenou a força-tarefa montada pelo MPGO no fim de 2018 para apurar os crimes praticados por João Teixeira de Faria, relaciona ainda outras 44 vítimas, mas elas são citadas no processo apenas como testemunhas pelos crimes terem prescrito, ou seja, passado do tempo máximo para abertura de processos para que legalmente sejam julgados e punidos.

As vítimas são dos estados do Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Maranhão, Goiás, Santa Catarina, Mato Grosso e Espírito Santo. Segundo o Ministério Público, todos os abusos aconteceram na Casa Dom Inácio de Loyola.

Histórico de condenações

João de Deus já tem 4 condenações e as penas somadas chegam a 65 anos e 10 meses de prisão:

• 19 anos e 4 meses de reclusão por violação sexual mediante fraude, na modalidade tentada; violação sexual mediante fraude; e 2 estupros de vulneráveis;
• 40 anos de prisão por 5 estupros de vulneráveis;
• 2 anos e 6 meses de reclusão por violação sexual mediante fraude contra uma vítima.
• 4 anos de prisão por posse irregular de arma de fogo de uso permitido e por posse irregular de arma de fogo de uso restrito.

O médium foi preso em dezembro de 2018 e está em prisão domiciliar em Anápolis (GO), desde março do passado, por causa da pandemia do coronavírus, já que tem 79 anos de idade, além de comorbidades, fazendo parte do grupo de risco à covid-19.

Por meio de nota, a defesa do médium disse que ainda não foi “cientificada dessa nova denúncia de modo que aguardará a citação do réu para apresentar a sua versão sobre estes fatos.”