‘Home office’, sistema híbrido ou ‘anywhere office’: o mundo agora é seu escritório
30 de dezembro de 2021Num cenário pós-confinamento pandêmico, pessoas e empresas descobrem novas formas de trabalho que estão desconstruindo totalmente os conceitos que conhecemos antes sobre os ambientes de trabalho
Antenado à mudança de comportamento, o grupo de arquitetos que integra o agora escritório virtual da Norden Arquitetura já se adaptou. Com sede administrativa em Goiânia, desde maio de 2020, toda equipe da empresa trabalha de forma remota – a grande maioria no sistema home office – mas há quem adote um modelo de trabalho que promete ser uma tendência global: o anywhere office, ou ‘escritório em qualquer lugar’.
O arquiteto Paulo Renato Alves, sócio e fundador da Norden Arquitetura, é um dos que já carrega seu escritório no bolso por onde vai. “Eu, por exemplo, não preciso de escritório nem na minha casa. Meu escritório é um notebook, meu celular e uma webcam, ou às vezes só o celular”, afirma. Para Paulo Renato, estas novas formas de trabalho, o home office, o híbrido (parte presencial e parte home office) e o anywhere office, irão mudar a forma de pensar os espaços, especialmente os corporativos.
Como era antes?
“Todo escritório era do mesmo jeito. Você tem, por exemplo, na década de 90, em que os escritórios basicamente eram a sala do chefe, dos diretores, dos gerentes e isso conforme a hierarquia dentro da empresa. Além do mais, eram espaços ainda muito formais e frios, Nos anos 2000, quando começaram a surgir as primeiras startups, essa concepção muda um pouco e os escritórios começam a ficar mais despojados, menos formais, mas ainda sim havia uma organização hierárquica, e tudo ainda era muito padrão”, explica o arquiteto.
Desconstrução
Ele explica, por exemplo, que uma empresa que optar pelo sistema híbrido terá mais espaço, porque não terá mais a necessidade de abrigar várias pessoas trabalhando simultaneamente num mesmo ambiente. E o espaço vago pode ser utilizado de várias maneiras. “Ele pode colocar uma planta, fazer um escritório com mais cara de casa e fazer talvez uma sala de estar para as pessoas bater um papo. Não haverá um padrão para se planejar o espaço de trabalho, haverá as necessidades específicas de cada empresa”, detalha.
Paulo Renato afirma que essas novas formas de trabalho irão impactar, não só os escritórios, mas qualquer ambiente aberto ao público. “Agora teremos o desafio de pensar espaços para receber as pessoas para trabalhar, e ao mesmo tempo para terem o seu lazer, estabelecer suas convivências. Ao projetar os ambientes de um restaurante, por exemplo, o arquiteto tem que pensar que haverá um cliente que chegará mais cedo para um almoço de negócios e ele pode querer trabalhar lá. Aí está uma oportunidade”, sugere.